A sustentabilidade está na ordem do dia. E porquê? Sabemos que o nosso estilo de vida tem um impacto direto no clima. Os nossos hábitos de consumo têm vindo a causar alterações na forma como o nosso planeta de comporta, com consequências diretas na nossa vida.
Etimologicamente, a palavra sustentável tem origem no latim sustentare, que significa "sustentar", "apoiar" e "conservar". Assim, podemos dizer que ser sustentável é apoiar e conservar a casa comum, o nosso planeta, os seus recursos, para a preservação da vida na terra.
Podendo parecer uma prática difícil e inalcançável, sabemos que é nas pequenas ações diárias que reside a diferença. Ou seja, não precisamos de grandes manifestos ou transformações transcendentes, precisamos das nossas duas mãos e de boa vontade.
Vamos traduzir isso para o tereno das ações concretas, como é que nos tornamos sustentáveis no nosso dia-a-dia? Não queremos que sejam exigências difíceis de fazer e que levem à desistência. São práticas simples, fáceis de manter e que dão enorme satisfação e resultados.
Comer alimentos locais
Quer estejamos na Europa, em África ou no Brasil, existem alimentos específicos de cada geografia, adequados ao clima, adaptados às necessidades da população. Por essa razão é mais ecológico escolhermos o que temos à nossa disposição num raio de 500km, por exemplo, do que ingerirmos alimentos que viajaram milhares de quilómetros até chegarem ao nosso prato. O que garantimos quando escolhemos alimentos locais é que os custos ambientais com o transporte e armazenamento desses alimentos são minimizados.
Comer alimentos da época
Com as novas tecnologias para a agricultura, temos acesso a todo o tipo de legumes e frutas durante o ano inteiro. Mas isso não significa que sejam a melhor escolha. Devemos optar por alimentos sazonais, que são colhidos na sua altura, uma vez que apresentam inúmeros benefícios para a sua saúde e para o seu orçamento familiar.
Escolher alimentos da época do ano em que nos encontramos é ser sustentável e saudável. Os legumes e frutas da época são aqueles que amadurecem naturalmente nas árvores e no solo e são colhidos no tempo certo, por isso, são mais nutritivos, saborosos e suculentos.
A Natureza tem o seu próprio ritmo, e tem também razões para nos providenciar alguns alimentos numas alturas do ano (frutos, por exemplo) e não noutras. Os alimentos da época têm também menos custos de produção e armazenamento e isso significa, poupanças para o ambiente e para a carteira.
Cozinhar a nossa própria comida
Sermos um cozinheiro de mão cheia não é para todos. Mas mesmo para quem não tem jeito para as facas e os tachos, há muitos cursos de culinária que podemos fazer para aumentarmos os dotes e as iguarias feitas em casa, para nosso deleite e dos nossos convidados. Cozinhar em casa tem muitas vantagens, pois além de conseguirmos controlar os ingredientes que estamos a ingerir, estamos a produzir menos lixo. Encomendar comida implica embalagens (muitas vezes plástico) e a deslocação de um veículo a nossa casa. Comprar comida a granel também tem vantagens pois reduzimos o número de embalagens que entra em nossas casas.
Menos plástico
Podemos pensar que, se reciclarmos todo o lixo que produzimos, já é um grande passo. E é, se pensarmos que muitas pessoas ainda não fazem a separação do lixo - por falta de motivação, ou por falta de um ecoponto perto de suas casas. Mas nem sempre a separação é feita da melhor forma, e reciclar também tem os seus custos ambientais. Os programas de reciclagem, apesar de serem de louvar e de estarem em constante evolução, onde existem, muitas vezes só capturam uma minoria de bens recicláveis que as pessoas deitam fora.
Para quem já separa os resíduos, e quer ir mais além, utilizar menos plástico é uma solução. Menos resíduos, melhor planeta.
Utilizar sacos de compras de pano em vez de sacos de plástico ou de papel nas lojas é uma ideia muito simples e já adotada por muitos. Utilizar toalhas de pano lavável para limpeza e secagem, em vez de toalhas de papel. Usar fraldas de pano em vez de fraldas descartáveis - este é um passo ambicioso, mas os nossos pais e avós sempre o fizeram, sem reclamar!
Um agregado familiar médio consegue produzir uma quantidade espantosa de lixo todos os anos. Ao escolher panos de cozinha em vez de toalhas de papel e garrafas de água reutilizáveis em vez de garrafas de água descartáveis, reduz a sua produção de lixo em vários quilos por semana. Tão simples!
Menos carros, mais bicicletas e andar a pé
Apesar do mercado dos veículos elétricos estar em franco crescimento, ainda há muitos veículos movidos a combustíveis fósseis em circulação. Essa transição leva o seu tempo e a produção desses veículos ecológicos também tem a sua pegada de carbono, não esqueçamos isso. Enquanto não estivermos todos a circular em veículos elétricos, uma forma de sermos mais sustentáveis é circularmos utilizando veículos amigos do ambiente. Neste artigo damos dois exemplos clássicos: a bicicleta e as pernas. Ou seja, em vez de inventarmos a roda com instrumentos altamente tecnológicos, vamos usar o que já existe há muito tempo e está bem feito.
A bicicleta é indubitavelmente um veículo de eleição quando estamos no caminho para um planeta mais sustentável. Em muitas cidades existe uma rede crescente de ciclovias, preparadas para receber os ciclistas de forma segura. Nos lugares onde não existem ainda ciclovias, as estradas devem passar a ser cada vez mais um espaço de convívio civilizado entre automobilistas, motociclistas e ciclistas. Mesmo que ainda não tenhamos dado esse passo de circularmos em bicicleta, então que sejamos um automobilista respeitador de quem utiliza os meios ecológicos de circulação.
Em relação às pernas, se não existe impedimento à sua utilização, elas são por excelência, o meio perfeitamente desenhado para nos movimentarmos. Para muitos, já é uma prática comum - andar a pé, caminhadas, jogging. Para quem ainda não explorou, por falta de hábito, este recurso natural, a nossa sugestão é começarem pelo básico: pequenos trajetos diários, fáceis de realizar: ir à mercearia a pé, ir passear o cão um pouco mais longe, ir ao café, ir para o trabalho a pé - de preferência se não estiver a trabalhar de casa!
Comments