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Bolota e Serviços Ecossistémicos

A bolota, fruto das árvores como o sobreiro, a azinheira e o carvalho, é um elemento essencial dos ecossistemas mediterrânicos, com destaque para o montado. Além do seu valor ecológico e cultural, a bolota está directamente associada à prestação de múltiplos serviços ecossistémicos (FONSECA et al., 2018).


Do ponto de vista da provisão, a bolota é uma importante fonte de alimento para várias espécies selvagens e domésticas, como o porco alentejano. Ganha também relevo na alimentação humana, através de produtos como farinha, café e pastelaria tradicional, revelando potencial de valorização económica sustentável (TERESO et al., 2011; MONTEIRO et al., 2023).


Na regulação, estas árvores são fundamentais para o sequestro de carbono, controlo da erosão, infiltração da água no solo e regulação do microclima, contribuindo activamente para o combate à desertificação e para a resiliência dos territórios rurais às alterações climáticas (BENTO, 2020; FONSECA et al., 2018).


Culturalmente, a bolota representa um património rural de valor inestimável. Está presente na identidade alimentar, nas práticas agrícolas tradicionais e nas paisagens que marcam o território e atraem turismo sustentável (TERESO et al., 2011).


Como serviço de suporte, a bolota promove a biodiversidade, alimentando inúmeras espécies e favorecendo cadeias tróficas. O ciclo de vida das árvores que a produzem também enriquece o solo, apoiando o equilíbrio ecológico dos ecossistemas (FONSECA, 2004).


Promover o uso e a valorização da bolota, respeitando os ritmos da natureza, é reforçar a ligação entre produção, conservação e identidade, um caminho sólido para a sustentabilidade.


BENTO, I. Valorização de Sistemas de Elevado Valor Natural: Potencialidades da Bolota do Montado. Dissertação realizada no âmbito do Mestrado em Ecologia e Gestão Ambiental, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, Departamento de Biologia Animal, 2020.

FONSECA, A. O Montado no Alentejo (Séc. XV a XVIII). Edições Colibri, Portugal, 2004.

FONSECA, A.; THEMUDO-BARATA, F. Utilização de alimentos de substituição nos montados do Alentejo no segundo e terceiro quartis do século XX. Revista História e Economia, São Paulo/Lisboa, vol. 21, 2018.

MONTEIRO, E. R.; FONSECA, A. M.; SENDIM, A. C.; VASCONCELOS, A. C.; RIBEIRO, V. S. Valorização da bolota para consumo humano em Portugal. Acta Portuguesa de Nutrição 35, 42-46, 2023.

TERESO, J.P.; REGO, P. R.; SILVA, R. A. A exploração de recursos alimentares silvestres e seu enquadramento nas dinâmicas económicas e sociais das comunidades agrícolas desde a pré-histórica à época romana. Florestas do Norte de Portugal – História, ecologia e desafios de gestão, 2011.

 
 
 

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