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Explorando o Potencial da Bolota: Uma Oportunidade para a Alimentação Sustentável

Atualizado: 4 de jun.

A bolota, apesar de ser um recurso abundante em Portugal, continua a ser largamente subvalorizada, sendo maioritariamente desperdiçada ou utilizada na alimentação animal. No entanto, o seu perfil nutricional revela um enorme potencial para aplicações alimentares inovadoras. Rica em hidratos de carbono, fibras, compostos antioxidantes e ácidos gordos insaturados, a bolota destaca-se como uma matéria-prima promissora, especialmente na forma de farinha. A composição nutricional das farinhas de bolota de quatro espécies autóctones foi cientificamente validada pela Universidade Católica Portuguesa: Quercus rotundifolia, Q. pyrenaica, Q. suber e Q. robur.



Estas farinhas apresentam cerca de 6-13% de lípidos, 68-76% de hidratos de carbono, incluindo 26-54% de amido (dos quais entre 40% e 50% correspondem a amido resistente) e 15-31% de fibra. A inclusão de amido resistente na alimentação pode trazer benefícios para a saúde, nomeadamente a melhoria da tolerância à glicose.

O seu valor energético ronda as 400 kcal por 100 g, e contêm a presença de minerais essenciais — como potássio, fósforo, magnésio e cálcio. Além disso, estas farinhas contêm ácidos gordos benéficos como o ácido oleico, linoleico e palmítico. Para além do mais, estas farinhas são consideradas ricas em vitamina E, e compostos fenólicos, como os ácidos gálico e elágico, que lhes conferem um relevante poder antioxidante, reforçando assim o seu valor nutricional. Desta forma, a riqueza nutricional da bolota abre portas ao desenvolvimento de produtos alimentares mais sustentáveis e naturalmente isentos de glúten, promovendo não só uma alimentação mais saudável, mas também a valorização de um recurso endógeno com enorme potencial por explorar.

 
 
 

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