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O precioso benefício da trufa preta: efeito anti-fatiga

Atualizado: 17 de fev. de 2022

Considerado o diamante preto da cozinha, a trufa preta é um precioso alimento cheio de benefícios. Um estudo recente sugeriu que os seus polissacáridos podem proteger os ratos contra a fadiga induzida pelo exercício, regulando a microbiota intestinal.

As pessoas estão a exercitar-se mais do que nunca. Com um conhecimento acrescido acerca dos benefícios da atividade física regular, surgem também preocupações em torno do exercício excessivo. Por um lado, o exercício regular pode modular a microbiota intestinal, protegendo assim a saúde humana. No entanto, por outro lado, o exercício excessivo pode despoletar fadiga, aumentando a acumulação de metabolitos nocivos. Além disso, estudos confirmaram que a fadiga pode induzir lesões na barreira intestinal e que a lesão da barreira intestinal e a microbiota podem ser responsáveis por indisposição pós-exercício experienciado pelos pacientes. Como tal, a ligação entre a microbiota intestinal no início e no desenvolvimento da fadiga começou a ganhar forma.


A trufa preta (Tuber indicum (T.indicum)), o macrofungo hipógeno apreciado por séculos no domínio culinário, está a ganhar um estatuto elevado como alimento funcional. A trufa é reconhecida como uma fonte de compostos bioativos, como polissacarídeos e compostos fenólicos.

Entre estes, o polissacarídeo T.indicum (TIP) atua como antioxidante e anti-inflamatório, como anteriormente demonstrado em estudos in vitro com células de carcinoma do cólon humano. Além disso, o TIP pode modular a microflora inibindo microrganismos patogénicos como Pseudomonas aeruginosa,

Candida albicans e Staphylococcus aureus.


Como tal, para compreender e explorar o papel da trufa negra na aliviação da fadiga regulando a microbiota intestinal, um modelo de rato de fadiga induzido por natação foi monitorizado e avaliado de acordo com a administração do TIP.


O efeito da administração do TIP no alívio da natação exaustiva foi confirmado, numa relação linear dependente da dose, em que se verifica uma melhoria na resistência dos ratos. Adicionalmente, o tratamento TIP promoveu o armazenamento de energia e ativou o metabolismo de energia.


Na natação exaustiva, o metabolismo anaeróbico dos ratos decompõe a glucose num excesso de ácido láctico, o que afeta o sistema muscular esquelético. Neste caso, a administração de TIP promoveu o metabolismo do ácido láctico e baixou a taxa metabólica das proteínas. Além disso, a atividade das enzimas relacionadas com o metabolismo energético foi aumentada, bem como a remoção de metabolitos nocivos, o que se reflete na remissão da fadiga.


Estas evidências foram consistentes com a avaliação da microbiota intestinal. Neste estudo, a natação exaustiva alterou a microbiota intestinal dos ratos. Observou-se uma diminuição na abundância de Proteobacteria, aumentou a abundância de microbiota benéfica (Firmicutes, Actinobacteria e Bacteroidetes). Para além disso, o TIP melhorou a defesa da mucosa intestinal a potenciais agentes patogénicos.


Em geral, o TIP demonstrou capacidade de remodelar a composição da microbiota intestinal e, portanto, tem potencial para aliviar a fadiga excessiva induzida pelo exercício.


Estes resultados reforçam o valor da trufa negra e permitem expandir o seu valor para além do setor da alta cozinha, entrando no reino dos alimentos funcionais.

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