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Produtos alimentares à base de bolota

Atualizado: 12 de nov.

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A bolota, fruto dos carvalhos, sobreiros e azinheiras, foi durante séculos um alimento de sobrevivência em várias regiões de Portugal e do Mediterrânico. Apesar de ter caído em desuso, está hoje a ser redescoberta como ingrediente nutritivo e versátil. Rica em hidratos de carbono complexos, fibras, minerais e antioxidantes, a bolota tem vindo a ser estudada e transformada em farinhas, pães, bolachas e até bebidas. A procura por alimentos mais saudáveis, locais e sustentáveis trouxe de volta à mesa um fruto que durante muito tempo foi visto apenas como alimento para animais. O seu ressurgimento acompanha o movimento de valorização de ingredientes tradicionais e silvestres respondendo, também, a novas exigências do consumidor moderno: menos produtos ultraprocessados, mais opções sem glúten, mais sabor aliado à sustentabilidade. Assinalam-se produtos alimentares à base de bolota, já disponíveis em alguns mercados: 


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i. Farinha de bolota: sem glúten e com sabor ligeiramente adocicado e tostado, pode ser usada sozinha ou em mistura com outras farinhas para fazer pão, bolos, panquecas e bolachas; 


ii. Pão e pastelaria: são cada vez mais as padarias artesanais que experimentam incorporar farinha de bolota. O resultado é um pão de miolo denso, mas nutritivo, rico em fibras e com aroma característico. Bolos e bolachas ganham um sabor que lembra o dos frutos secos, funcionando bem tanto em receitas tradicionais como nas mais inovadoras; 


iii. Bebidas à base de bolota

a) café de bolota: semelhante à cevada ou chicória, a bolota torrada e moída pode substituir o café, oferecendo uma bebida sem cafeína, de sabor suave e tostado; 

b) cerveja artesanal: algumas cervejarias portuguesas e espanholas têm lançado cervejas produzidas com farinha ou extratos de bolota; 

c) bebidas vegetais: a bolota pode ser transformada em bebida tipo “leite vegetal” (ainda em fase de desenvolvimento); 


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iv. Produtos energéticos e funcionais: barras energéticas, granolas e snacks crocantes são novas formas de integrar a bolota na alimentação moderna; 


v. Outras aplicações culinárias: o seu amido, após extraído, pode ser usado para engrossar sopas, molhos ou até em massas frescas.  


De alimento esquecido a ingrediente inovador, a bolota está a conquistar espaço na alimentação moderna. Apostar na bolota é, ao mesmo tempo, celebrar a história, cuidar da saúde e abrir caminho para uma alimentação mais sustentável. 


Referências Bibliográficas 

Costa, R. et al. (2022). Nutritive value of acorns and food applications. Journal of Mediterranean Food Science. 

FAO (2021). Non-wood forest products and rural economies. 

Mendes, A. M. (2018). Valorização da bolota na alimentação humana: uma abordagem agroecológica (Dissertação de mestrado). Universidade de Évora. 

Rodrigues, M., & Matos, L. (2019). O montado como ecossistema multifuncional e o papel da bolota. Revista de Estudos Rurais, 15(2), 41–58. 

Silva, M. & Pereira, J. (2020). Processing methods for reducing tannins in oak acorns. European Food Technology. 





 
 
 

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